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terça-feira, 21 de janeiro de 2014

15.01.2014 | 08:00


Estudo

MEI ajuda na inclusão de jovens no mercado

Microempreendedor Individual com até 24 anos é o mais escolarizado dessa categoria
Alessandra Pires
Brasília - A figura jurídica do microempreendedor individual (MEI), criada no Brasil pela Lei Geral, em 2009, tem funcionado como um importante instrumento de inserção dos jovens no setor produtivo. Somente no período de 2011 e 2013, a quantidade de jovens com até 24 anos que se tornaram MEI – aqueles que faturam até R$ 60 mil por ano - passou de 205 mil para 350 mil, aumento de 71% em apenas dois anos, segundo apontou pesquisa que o Sebrae acaba de concluir.
“Há uma nova geração de pessoas pensando em negócios que já percebem que o empreendedorismo é uma alternativa de ocupação e renda no Brasil. Não podemos pensar em um país apenas de funcionários”, avalia o presidente do Sebrae, Luiz Barretto. Ele destaca ainda que o país está vivendo um momento de mudança no comportamento do empreendedor: “ter jovens interessados em empreender é uma boa sinalização para o futuro”.
De acordo com o estudo, além do crescimento, esses jovens têm apresentado também uma maior qualificação. Os empreendedores com até 24 anos apresentam um nível escolar bem superior à média do total do público MEI - que já contabiliza 3,5 milhões desde a criação da figura legal. Ao todo, 52% dos microempreendedores individuais jovens fizeram o Ensino Médio ou Técnico completo e outros 30% iniciaram, pelo menos, um curso superior. Quando consideramos os microempreendedores individuais de todas as faixas etárias, a média cai para 44% entre aqueles com Ensino Médio ou Técnico e de 19% para os que iniciaram uma faculdade.
O maior nível escolar desses jovens, segundo Barretto, tem reflexo direto no sucesso dos empreendimentos. “Abrir e gerir uma empresa exige um conjunto de habilidades e conhecimentos. Mais escolarizados, a tendência é do empreendedor abrir um negócio por oportunidade e não mais por necessidade”, analisa. O presidente do Sebrae alerta, no entanto, que isso não exime esses jovens da busca por maior capacitação.
O levantamento feito pelo Sebrae também demonstra que quase 59% desse jovens são negros ou pardos e mais de 85% pertencem, no mínimo, à classe média. A principal região onde eles se concentram é na Sudeste, com 46,3%, seguida pela Nordeste, com 22,9%, e pela Sul, com 11,7%.
A fim de atender esse público, o Sebrae criou um roteiro para facilitar a abertura da empresa. O site Quero Abrir um Negócio, por exemplo, ajuda desde a quem ainda não sabe por onde começar até a quem que já escolheu em que ramo atuar. Além disso, tem investido fortemente na educação empreendedora com o objetivo de preparar os estudantes para o mercado de trabalho e estimular competências que os ajudarão no futuro a se tornarem profissionais empreendedores, autônomos, com competências múltiplas, que saibam trabalhar em equipe, tenham capacidade de aprender com situações novas e complexas e que enfrentem novos desafios e promovam transformações.
A educação empreendedora também tem sido foco de atuação para esse público. No primeiro semestre do ano passado, Sebrae e Ministérios da Educação assinaram um acordo para promover o Pronatec Empreendedor, que tornou obrigatória a disciplina de empreendedorismo em 15 cursos oferecidos pelo Pronatec. A meta é chegar a cerca de 1,5 milhão de estudantes de todo o país. A parceria prevê também a capacitação de sete mil professores até 2014 e a oferta de aproximadamente mil bolsas de estudo para os professores interessados em cursos de especialização e/ou mestrado em educação empreendedora.
Evolução    2011 - 205 mil 
  2013 - 350 mil
Escolaridade  
  Ensino Médio ou Técnico completo - 52% 
  Ensino Superior completo ou incompleto - 30% 
Raça  
  Negra ou Parda - 59%

  Branca e outros - 41%
Região  
  Sudeste - 46,3%
  Nordeste - 22,9%
  Sul - 11,7%
  Centro-Oeste - 10%
  Norte - 9%
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