Páginas

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Fortalecimento das MPEs entrará na agenda

Ministros de Desenvolvimento, indústria e Comércio do Brics traçam diretrizes durante o encontro

Mauro Borges destacou que, no Brasil, as empresas desse porte têm sido extremamente importantes para a manutenção do emprego
Mauro Borges destacou que, no Brasil, as empresas desse porte têm sido extremamente importantes para a manutenção do emprego


A maior interação entre as micros, pequenas e médias empresas dos países membros do Brics, bem como a adoção de políticas voltadas ao seu fortalecimento, serão uma agenda permanente das discussões futuras do grupo, segundo disse ontem o ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Brasil, Mauro Borges, após reunir-se com ministros de comércio dos outros quatro países que compõem do grupo.
“Se pegarmos exemplos com os da China e da Índia, essas economias são ainda fortemente baseadas em pequenas e médias empresas, até mais, relativamente, do que os outros três países”, afirmou Borges a jornalistas, durante a divulgação do comunicado conjunto resultante da reunião. Ele acrescentou que, no Brasil, as empresas desse porte têm sido “extremamente importantes” para a manutenção do emprego e para a inovação tecnológica, através dos avanços feitos por startups.
Ações
Conforme o comunicado divulgado após o encontro entre os ministros, ficou acertado que os cinco países buscarão promover a cooperação nessa área, através, por exemplo, do compartilhamento de informações sobre esse segmento, da adoção de novas políticas, e do incentivo ao contato entre as companhias de diferentes países. “Em todos os aspectos, esse vai ser uma agenda permanente para os ministros de comércio nas próximas reuniões”, frisou.
Infraestrutura
O ministro também comentou a atuação do banco de desenvolvimento que o grupo pretende instituir nesta Cúpula. Ele ressaltou que o foco da nova instituição financeira será incentivar projetos de infraestrutura.
Um dos possíveis projetos a serem viabilizados, disse, é a construção de ferrovias no Brasil, as quais poderão ser feitas com apoio da China, que possui mais expertise no assunto em questão. Ele salientou que os investimentos realizados pela instituição serão voltados para o longo prazo. “No longo prazo, a infraestrutura é essencial para a nossa competitividade. Esse é o nosso principal objetivo ao criar esse banco”, acrescentou.
O comunicado conjunto destaca o estudo realizado pelo Grupo de Relações para Assuntos Econômicos e Comércio (Cgeti, na sigla em inglês), o qual recomenda a promoção de exportações de maior valor agregado pelos cinco países e o fortalecimento do comércio dentro do grupo. O documento aponta ainda a necessidade de fortalecer o comércio eletrônico dentro do bloco, como forma de fortalecer uma cooperação econômica mais estreita entre os membros.
Acordo de Bali
Borges afirmou estar confiante na ratificação, por parte do Brics, do Acordo de Bali até o final deste mês, mesmo não afastando por completo a possibilidade de a Índia desistir. O acordo é o primeiro fechado pela Organização Mundial do Comércio (OMC) em 20 anos e tem como pilares a redução dos subsídios às exportações agrícolas, a isenção crescente das tarifas alfandegárias para os produtos vindos de países menos desenvolvidos e a facilitação de intercâmbios para reduzir a burocracia nas fronteiras.
Práticas de proteção poderão ser impedidas
Diante de um cenário de lenta recuperação das economias mundiais, os ministros de comércio dos países membros do Brics também reafirmaram, conforme declara o comunicado conjunto, que estão comprometidos em impedir qualquer tipo de práticas protecionistas em seus territórios, incompatíveis com as obrigações dos signatários da OMC. A postura, defendem, irá respeitar o tratamento especial e diferenciado às nações em desenvolvimento.
Durante o encontro, realizado a portas fechadas, os ministros reviram a situação econômica global e expressaram preocupação com a lenta recuperação da economia global, o que continua a prejudicar os investimentos e o fluxo de comércio. Eles apontam que as incertezas relacionadas ao crescimento econômico e às respostas de políticas econômicas dos países desenvolvidos podem levar a um aumento da volatilidade dos mercados financeiros e, nesse sentido, gerar desdobramentos não desejados da economia mundial.
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior do Brasil, Mauro Borges destacou que os ministros defendem que a modernização das estruturas de governança internacional continuam sendo necessárias para melhor coordenação de políticas e promoção da prosperidade econômica global. Mesmo diante desses desafios, eles reforçaram a confiança de que os membros do Brics continuarão contribuindo para a recuperação econômica global. (SS)
Comércio entre Brasil e Rússia deve girar US$ 10 bi
Brasília. Os presidentes do Brasil, Dilma Rousseff, e da Rússia, Vladimir Putin, assinaram ontem, em Brasília, uma série de acordos bilaterais nas áreas de economia, defesa, tecnologia, energia e produção de vacinas. Um dos principais termos dos acordos prevê o aumento das trocas comerciais entre os dois países ao patamar de US$ 10 bilhões anuais.
A presidenta Dilma Rousseff frisou que, como grandes nações, os dois países não podem ficar dependentes. Por isso, acrescentou, devem desenvolver soluções tecnológicas próprias. Dilma disse ainda que os dois países podem trocar experiência na organização de megaeventos esportivos, já que a Rússia sediará a próxima Copa do Mundo, em 2018, e o Brasil, as Olimpíadas, em 2016.
“Desde a primeira visita do presidente Putin ao Brasil, em 2004, nosso comércio bilateral mais que dobrou. Concordamos que há necessidade de aumentá-lo e diversificá-lo. O plano servirá para desenvolvermos iniciativas que possibilitem o aumento recíproco de investimentos diretos”, discursou Dilma.
Segundo ela, o Brasil busca “uma relação de longo prazo” com os russos não apenas nas questões econômicas. “Nossos países estão entre os maiores do mundo e não podem se contentar, em pleno século 21, com dependência de qualquer espécie. Os acontecimentos recentes demonstram ser essencial que busquemos, nós mesmos, nossa autonomia científica e tecnológica”, disse, sem mencionar diretamente o escândalo de espionagem norte-americano.
Sem citar o conflito da Rússia com a Ucrânia em relação à Crimeia, Dilma defendeu a adoção da resolução consensual e pacífica de conflitos e cumprimentou o presidente Putin pela posição do país a respeito do conflito na Síria e no Oriente Médio.
Acordos bilaterais
Putin lembrou que o Brasil é o maior parceiro da Rússia na América Latina, mas que o comércio bilateral vem registrando queda nos últimos anos. Por isso, a urgência nos diálogos para “ultrapassar” os problemas atuais. Ele também destacou que é preciso debater sobre como avançar na cooperação econômica e política do Brasil e demais países da América Latina na União Eurasiática.
Defesa e tecnologia
Dilma e Putin assinaram também acordo na área de defesa antiaérea, com convite para que militares brasileiros participem de exercícios militares russos com uso do sistema utilizado por aquele país.
Outro acordo prevê a cooperação técnica entre a Empresa Federal Estatal Unitária, a Universidade de Pesquisa Científica de São Petersburgo e Soro e o Instituto Butantan na produção de vacinas contra doenças como difteria, tétano, coqueluche e meningite. O acordo também vai facilitar o acesso do Instituto Butantan ao mercado russo para venda de vacinas.
Na área de tecnologia, foi assinado acordo que estipula a instalação, na Universidade de Santa Maria e no Instituto Técnico de Pernambuco, de uma estação de calibragem do sistema de navegação por satélite de tecnologia russa (Glonass), que permitirá melhor definição de imagem do sistema russo no hemisfério ocidental. Na área de petróleo e energia, Rússia e Brasil assinaram acordo de cooperação para, entre outros tópicos, exploração e produção de hidrocarbonetos, políticas industriais para a exploração e produção de petróleo e gás natural.
 
 

Publicado por Redação/Rede de Prefeitos Empreendedores em 15/07/2014

Nenhum comentário:

Postar um comentário