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quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Câmara preservou benefícios do projeto do novo Supersimples


A proposta segue para o Senado, onde o texto deverá ser aprovado sem alterações para ser imediatamente sancionado pelo Executivo
Observatório da Lei Geral
Afif conversa com deputados e com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, durante a votação do novo Supersimples
Afif conversa com deputados e com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, durante a votação do novo Supersimples
Brasília – O projeto que amplia o Supersimples, aprovado nesta quarta-feira, em votação final, na Câmara dos Deputados, manteve e preservou a maioria dos benefícios previstos na proposta original negociada com o governo.
É previsto o aumento do teto de receita das micro e pequenas empresas e dos microempreendedores individuais para o regime que reduz a carga tributária em até 40%.
“Os destaques aprovados não mutilaram o projeto”, afirmou o relator da matéria, deputado federal João Arruda (PMDB-PR).
A proposta segue para o Senado, onde o texto deverá ser aprovado sem alterações para ser imediatamente sancionado pela presidente Dilma Rousseff.
Arruda fez referência a dois destaques votados nesta quarta-feira. Um deles, da bancada do PTB, foi aprovado, retirando do texto principal aprovado na terça-feira a expressão “produção artesanal”, permitindo que todas micro e pequenas empresas do ramo possam ter acesso ao Supersimples.
“Foi interessante porque ampliou o acesso do Supersimples para todas os pequenos fabricantes, a exemplo de microcervejarias, produtores de vinho”, ponderou Arruda.
O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou emenda do deputado Joaquim Passarinho (PSD-PA) para enquadrar os arquitetos na tabela 3 do Supersimples, com menores alíquotas para serviços.
Em outra votação, o Plenário rejeitou, por 389 votos a 28, destaque do PSDB que pretendia excluir do texto o artigo que cria o Programa de Fomento às Atividades Produtivas de Pequeno Porte Urbanas, destinado a pessoas de baixa renda beneficiadas pelo programa de transferência de renda do governo federal, o Bolsa Família.
Escalonamento
O teto de receita anual para adesão ao Supersimples será escalonado nos próximos três anos. Passa de R$ 360 mil para R$ 900 mil, para as microempresas, já a partir de 2016. Já a elevação do teto das pequenas empresas e do Microempreendedor Individual passará, respectivamente, de R$ 3,6 milhões para R$ 7,2 milhões e de R$ 60 mil para R$ 72 mil, em 2017. O teto aumenta para R$ 14,4 milhões, no caso das indústrias, em 2017.
“Em 2016 não se pode falar em renúncia fiscal. Ficou para 2017 e 2019. Antes tarde do que nunca”, brincou o ministro Guilherme Afif Domingos, da Secretaria da Micro e Pequena Empresa da Presidência da República (SMPE).
Com  a aprovação da matéria, Afif venceu disputa travada com a Receita Federal, que se manifestou contrário ao projeto que ampla o Supersimples. Pelos cálculos da Receita, o projeto significará uma perda de arrecadação da ordem de R$ 11,4 bilhões, em 2016, para a União, Estados e municípios. Para o ministro, a renúncia fiscal gira em torno de R$ 2 bilhões.
“Isso é terrorismo da Receita”, afirmou  o presidente da Frente Parlamentar das Micro e Pequenas Empresas, Jorginho Mello (PR-SC).
Jorginho Mello, João Arruda e Bruno Quick acompanham votação na Câmara
Jorginho Mello, João Arruda e Bruno Quick acompanham votação na Câmara
Afif e Mello acompanharam a votação do projeto juntamente com o presidente do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), Luiz Barretto, e o gerente da Unidade de Políticas Públicas e Desenvolvimento Local do Sebrae, Bruno Quick.
Para o presidente do Sebrae, o efeito positivo do projeto será o aumento da formalização e da oferta de empregos.
“Atualmente, são 10 milhões de pequenos negócios optantes do Supersimples, que ganham um estímulo para crescer sem medo e adaptar sua estrutura tributária até se tornarem médias e grandes empresas”, afirma Barretto. “Isso é importante porque as micro e pequenas são as principais geradoras de emprego no País. Mais de 17 milhões de pessoas têm carteira assinada por um pequeno negócio”, ressalta.

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