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quinta-feira, 9 de março de 2017

MT: Lugar de mulher é nos negócios

No universo de empresários de Mato Grosso, 29% são do sexo feminino. Muitas buscam apoio no Sebrae.

Rita Comini / Agência Sebrae de Notícias (ASN)
Mesmo com uma série de dificuldades ainda impostas, muitas mulheres não se furtam a enveredar pelo mundo dos negócios e se firmar como empreendedoras e empresárias. Em Mato Grosso, elas representam 29% do total do universo de empresários. Um percentual bem próximo do que acontece mundialmente – cerca de 30% de todos os negócios privados do mundo são operados ou têm como idealizador uma mulher.
No Brasil, 43% dos donos de empresas são do sexo feminino, contra uma participação de 57% do sexo masculino. Do total de empresas ativas no país, 30% delas tem mulheres como sócias. Quanto ao porte, 59% das empreendedoras brasileiras estão na classificação de pequenas e médias empresas e 11% são sócias de grandes empresas. Do total das mulheres empreendedoras no Brasil, 73% são sócias de pequenas e médias empresas, mas se levarmos em consideração as empresas no formato MEI – Micro Empreendedor Individual, esse percentual sobe para 98,5%.
A empresária Maria das Dores Custódio, 48 anos, proprietária da Disk Lavanderia, em Várzea Grande, destaca que tradicionalmente a humanidade é machista. No mercado há 20 anos, ela reconhece que sua empresa, por ser administrada por uma mulher, tem menos credibilidade do que outras geridas por homens. “Quando entro numa disputa por algum cliente, muitas vezes acabo preterida por ser mulher”, conta. Por outro, lado, diz que tem muita gente querendo mudar tudo isso. “O que me ajudou bastante e me deu muita autoconfiança e credibilidade no mercado foi ter buscado o Sebrae, isso em 2006. Me tornei uma empresária mais segura. O microempresário tem que correr atrás. A busca por melhorias tem que ser constante”, enfatiza. Ela lembra que nos anos que precederam a Copa do Mundo de Futebol, orientada pelo Sebrae, começou a se preparar quatro anos antes do evento. “Me preparei, investi, ganhei dinheiro e ampliei meu posicionamento no mercado”, revela, satisfeita por adotar esse tipo de estratégia e nunca esmorecer.
No quadro atual de 20 funcionários, 10 são mulheres. “Sempre tivemos mais mulheres do que homens, até porque elas são mais zelosas, mais cuidadosas, detalhistas, mais ágeis, porém, hoje, temos uma parte maior da operação que exige força física e por isso foi preciso aumentar o percentual de homens no quadro de funcionários”, ressalta.
Força física não foi empecilho para a professora aposentada Lucileika Davi, 66 anos, moldar até seis quilos de barro no torno para fazer peças de cerâmica como cubas para lavatório. “É um trabalho que exige muita força física, o torno é tido como algo muito masculino, mas eu adoro o que faço”, confessa, acrescentando que muitas mulheres não querem mexer com o barro para não sujar as mãos, não quebrar as unhas. “Muitas vezes, não encontro pessoas para me ajudar, é muito difícil encontrar mão-de-obra”.
No mercado, ela também encontra barreiras. “As pessoas só dão valor ao trabalho quando veem as peças”. Hoje, ela comercializa seus produtos em pontos como a Casa do Artesão, em Cuiabá, e atende encomendas de vários restaurantes para compor o enxoval de louças. Ela faz pratos, bolws, xícaras, pires, bules, travessas e muitas outras peças utilitárias personalizadas. Além das formas, as cores das peças também são únicas. Lucileika faz suas próprias tintas a partir de elementos naturais do Cerrado, como a taboca, cinzas de folha de pequi e muito mais.
Ela reconhece que pelo fato de ser mulher imprime uma característica própria a suas peças. “Coloco toda uma sensibilidade, uma delicadeza nas peças”, avalia.
“Comecei esse trabalho há muitos anos com orientação do Sebrae num projeto de desenvolvimento do artesanato em Barra do Garças, onde moro. Foram várias consultorias e uma delas consistia em apresentar os produtos em lojas de Cuiabá. A partir daí não parei mais. Fiz cursos técnicos, me formalizei, investi em equipamentos e estou sempre me aprimorando”, conta orgulhosa.
Em 2013, ela foi selecionada pelo Programa de Artesanato Brasileiro, do Governo Federal, para uma exposição na ONU (Organização das Nações Unidas), em Nova Iorque, com mais 15 mulheres de todo o Brasil. “Foi uma experiência incrível e que marcou minha vida e meu trabalho”.
O Sebrae Mato Grosso segue o protocolo da ONU – definidos nos objetivos do milênio, no que diz respeito à busca de igualdade de gênero, pautando todo o trabalho da sustentabilidade, na prática.
Entre os funcionários, 50% são homens e 50% mulheres, com igualdade nas oportunidades de capacitação, ascensão na carreira, remuneração, liderança, expressão e decisão. E isso passa então ser um dos indicadores no Relatório Internacional de Sustentabilidade, GRI, o qual buscamos aperfeiçoar a cada ano.
“O Sebrae Mato Grosso tem como premissa a ambiência que favorece o envolvimento e o desenvolvimento da mulher profissional e isso pauta também todo nosso posicionamento estratégico de mercado. Ao adotarmos a sustentabilidade como um dos nossos pilares, temos nossas diretrizes e ações focadas nesta causa, que é a busca da igualdade de direitos plenos da mulher na sociedade, por meio dos pequenos negócios”, explicita Marta Torezam, gerente de Marketing, Comunicação e Eventos do Sebrae MT.

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