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quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Produtos em couro de peixe ganham o mundo


A preferência da moda é porque o produto de peixe é sustentável
Rodrigo Lorenzon
O uso de couro de peixe ganha cada vez mais espaço no mercado da moda brasileira e internacional. Aliás, a moda está para peixe, diz o caso de sucesso apresentado por Lôzia Filip, empresária que faz artesanalmente bolsas e acessórios em couro de pirarucu, tambaqui, jacaré, salmão e pescada amarela. Para os participantes do 2º Seminário de Tendências e Tecnologia na Piscicultura e da Feira, Lôzia contou que há 4 anos conheceu o couro de tilápia, descartado, por ser muito frágil. Logo em seguida conheceu o couro de pirarucu. Começou a fazer bolsas, calçados e acessórios.

“Recebi um convite para apresentar a coleção em Milão (Itália). Depois disso, ganhei um desfile na semana de moda em Milão. Comecei levando as bolsas feitas em couros de jacaré, avestruz, peixes e bovinos (80 produtos) para o desfile, mas eles escolheram somente os feitos em couro de peixe”, disse ela, acrescentando que já expôs em feiras em Paris, Rússia, e agora está levando o couro de peixe para 116 países. “Eu vou em novembro para uma feira de moda e comércio em Dubai, permanecendo lá por cinco meses, apresentando o couro de pirarucu, porque é sustentável”, diz, lembrando que a cabeça e rabo do peixe fazem ração para piscicultura, a carne é comercializada, vísceras faz graxa, biodiesel e o couro transforma-se em calcados, bolsas, roupas acessórios, entre outros. Até a famosa Givenchy fez um lançamento em Paris, apresentando a bolsa top de couro de pirarucu. A procura é muito grande, mas aqui no Brasil poucas pessoas produzem, pelo preço, a dificuldade de comprar a matéria-prima faz com que a cada dia tenha o valor mais alto. A Fábrica de bolsa é no Rio de Janeiros e a de calçados no Rio Grande do Sul.
“Sempre sou convidada pelo Sebrae em vários estados, para fazer palestras, orientando para não jogar o couro fora porque vai agregar valor ao produto. O Sebrae está sempre auxiliando, ao produtor, fabricantes, tentado fazer essa junção: produtor, curtume. Eu sou muito grata, cresci muito depois que comecei a fazer esse tipo de trabalho e receber orientações do Sebrae”, destacou Filip.
“Peixe é arte”, diz a Associação de Mulheres Organizadas Reciclando Peixe (Amor Peixe), com sede em Corumbá (MS). Zoraide Castelão, filiada à entidade, trabalha há 15 anos com produtos em couro de qualquer peixe de escamas. Trouxe várias peças – bolsas, carteiras, cintos, sandálias, colares, entre outros acessórios. “Já fiz muitos cursos pelo Sebrae. A Feira é ótima para divulgação e comercialização dos produtos”, concluiu. O evento teve apoio da Aquamat, Univag, Senar, entre outros. 

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