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terça-feira, 2 de maio de 2017

Presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos, defende que gestores públicos elaborem leis e ações para facilitar e incentivar o empreendedorismo no Brasil






Afif, na abertura do Encontro dos Municípios: a força da economia das pequenas cidades/ Foto: Charles Damasceno (Agência Sebrae de Notícias)






O Sebrae vai atuar ao lado de todos os 5.570 prefeitos e dos 27 governadores para contribuir com a simplificação do país a favor dos pequenos negócios. O compromisso foi assumido pelo presidente da instituição, Guilherme Afif Domingos, na abertura do IV Encontro dos Municípios com o Desenvolvimento Sustentável (EMDS), nesta terça-feira (25), no Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília, que reúne gestores municipais de todas as regiões até a sexta-feira (28).
Na abertura do evento, o ministros Dyogo Oliveira, do Planejamento, e Bruno Araújo, das Cidades, anunciaram a liberação de R$ 10 bilhões para investimentos nos municípios. Os recursos serão destinados, inicialmente, à iluminação, gestão de resíduos sólidos, mobilidade e saneamento. Para a mobilidade urbana, o ministro Bruno Araújo anunciou um financiamento de R$ 6 bilhões de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).  “A portaria de acesso deve ser publicada nas próximas semanas”, disse.
A solenidade de abertura do IV EMDS contemplou ainda o lançamento da 6ª edição do Seminário Brasil Mais Simples, promovido pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), o principal parceiro do EMDS, promovido pela Frente Nacional de Prefeitos (FNP), entidade que reúne os prefeitos das capitais e dos 400 maiores municípios brasileiros. O EMDS é considerado o maior evento de sustentabilidade urbana do país, e tem como objetivo discutir soluções para desenvolver a economia das cidades brasileiras, entre elas, o empreendedorismo.
 Segundo Afif, a crise econômica tem que ser instrumento na mobilização de todos na direção da correção de erros. “O Brasil de cima para baixo não deu certo. O que vai ar certo é o Brasil construído de baixo para cima. Por isso, o Sebrae é parceiro na continuação desse trabalho”, observou.
“O que é complicado é lento; o que é simples beneficia milhões; o que é complicado prejudica milhões; o que é simples é unanimidade, até porque hoje ninguém é contra a simplificação de processos; o que é complicado é extremamente polêmico; o que é simples atrai, o que é complicado afasta”, complementou o presidente do Sebrae, acrescentando que o grande desafio é a formalização simplificada como garantia de crescimento econômico.
Com foco na desburocratização dos pequenos negócios, a pauta do Seminário Brasil Mais Simples seguiu até quarta-feira, 26. Confira a programação completa aqui.
Em artigo publicado no site Poder360, o presidente do Sebrae elogiou a realização do evento: “Nenhum lugar é mais apropriado para discutirmos o Brasil real do que num encontro de prefeitos e secretários municipais. Sobretudo se eles estão preocupados em “reinventar o financiamento e a governança das cidades”, que é o tema deste IV Encontro dos Municípios com o Desenvolvimento Sustentável”.
Acrescentou: “E nós temos caminhos para apontar, a começar da necessidade de se dinamizar as oportunidades para os pequenos negócios fora dos grandes centros. Esta é a base da economia verdadeira, que precisa se organizar e mostrar a sua força. Afinal, já em 2014, um levantamento feito pelo instituto de pesquisas Data Popular, em parceria com o Sebrae, mostrava que, de cada R$ 10 reais gastos no Brasil, R$ 4 correspondiam ao consumo efetuado no interior”.
Na avaliação de Afif, esses dados apontam que “para a enorme importância dos pequenos negócios nas cidades de menor porte; um cenário mais promissor quando se verifica que a metade da população brasileira reside no interior e que essas regiões vêm apresentando bons sinais de recuperação econômica”.
Desenvolvimento local e regional
Durante a abertura do EMDS, Afif destacou ainda a importância das micro e pequenas empresas no desenvolvimento local e regional. Segundo ele, é imprescindível que os gestores elaborem leis e ações que facilitem e incentivem o empreendedorismo no Brasil.
“Não existe governo ruim para um povo organizado. Não podemos desprezar essa crise, ela tem que ser mobilizadora da sociedade”, ressaltou, lembrando que no primeiro trimestre deste ano apenas as micro e pequenas empresas apresentaram um saldo positivo de geração de empregos.
Para o presidente da FNP, Márcio Lacerda, a proposta da entidade é disponibilizar para os gestores um espaço de debates e acesso a experiência. “No momento de restrições orçamentárias, impõe-se aos prefeitos a busca por ações inovadoras, a reinvenção do financiamento e da governança das cidades”.
Infraestrutura
Ao anunciar a liberação de recursos, o ministro Dyogo Oliveira disse que a ideia é atender  demandas por desenvolvimento em infraestrutura, “uma saída viável e adequada é ampliar a participação do setor privado”.
Para isso, o governo tem trabalhado, em parceria com a FNP, no desenvolvimento de um programa que visa apoio das Parcerias Público Privadas (PPPs) e concessões no desenvolvimento de infraestrutura dos municípios.
“A Caixa e o Banco do Brasil também estão disponibilizando linhas de crédito com total de R$ 4 bilhões para financiar os investimentos nessas infraestruturas”, afirmou Oliveira.
De acordo com o ministro, o programa de parcerias, que está em sua fase final de detalhamentos, é baseado em princípios como a criação de uma estrutura para financiar a realização de estudos técnicos necessários, a partir dos diagnósticos de restrições fiscais e das necessidades locais.
“Além disso, será disponibilizado um conjunto de técnicos para fazer assessoramento às prefeituras, e também estamos desenvolvendo, com a colaboração da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), a padronização de todos os documentos necessários aplicáveis a esse conjunto de concessões”, completou.
Uma legislação simplificada também está sendo construída, complementou, fazendo coro ao apelo feito pelo presidente do Sebrae.
Solenidade de abertura
Reunidas na tribuna de honra do estádio Nacional Mané Garrincha, autoridades políticas das mais diversas esferas deram início ao maior evento sobre sustentabilidade urbana do país.
“Chegamos aqui, hoje, com 7 mil inscritos de quase 1 mil cidades e com o apoio fundamental de 200 instituições nacionais e internacionais, sendo o Sebrae nosso principal parceiro”, afirmou o presidente da FNP, Marcio Lacerda.
De acordo com Lacerda, o IV EMDS conta com 80 expositores e patrocinadores e 450 debatedores nas salas temáticas, onde 180 soluções inovadoras serão apresentadas. “Além das Salas Temáticas, que começaram ontem, a programação abrange 39 eventos de instituições parceiras, e uma Praça de Boas Práticas com 16 instituições que reconhecem os bons exemplos de gestão no Brasil e no mundo”, completou.
Cidades inclusivas
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, em vídeo enviado à Frente Nacional de Prefeitos, saudou os participantes do IV EMDS. Na mensagem, que foi transmitida durante a solenidade oficial do evento, Guterres destacou desafios para a construção de cidades inclusivas e sustentáveis.
Espaço disponível, tradicionalmente, para atividades esportivas, o estádio Nacional Mané Garrincha foi cedido pelo Governo do Distrito Federal para a realização do IV EMDS. “Quero agradecer o fato de a FNP realizar esse evento em Brasília. Essa é uma vocação da nossa cidade, em ser um centro de eventos políticos, econômicos, culturais”, falou o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg.
Para ele, a integração de prefeitos é uma oportunidade para que as cidades brasileiras possam trocar experiências de boas práticas. “Os municípios têm um protagonismo cada vez maior; um reconhecimento cada vez maior do papel das cidades”, completou.
Também participaram do evento os ministros Gilberto Kassab (Ciência e Tecnologia) e Ricardo Barros (Saúde).

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